quinta-feira, 31 de julho de 2008

O que Ariadne teria dito a Teseu?

Digamos que Ariadne vivesse nos dias de hoje. Ela teria um homem chamado Teseu. Ela o teria salvo das garras de um monstro, uma monstra, uma situação grave, na época antiga, o problema era representado pela figura de um Minotauro.
Teseu, vindo de longe, novo na praça, era tudo para ela, a novidade vinha dar à praia, na qualidade rara de Teseu. Era o que ela sonhava. Estava apaixonada.
No entanto, ficaram juntos pouco tempo. Logo que enjoou da moça, Teseu a abandonou. Dormindo estava e uma vez acordada, deu com os burros n'água, Teseu havia zarpado.
Pelo sim, pelo não, o amor pode ter acabado. Teseu pode ter se enjoado.
O que Ariadne teria feito?
Teria ela ditado regras de etiqueta e bons costumes a Teseu?
Teria ela um apelo lamurioso se lastimando de seus dias entediantes na cidade de Creta?
Talvez Ariadne vivesse se queixando de que o amor dela por ele era infinitamente superior ao que ele poderia despejar sobre ela.
Ariadne devia ser uma chata.
Por sorte, a donzela encontrou Dionísio.
E este a amou, a amou, a amou. Sem enjoar.
Jovem imberbe, risonho e festivo, de longa cabeleira loira e flutuante, Dionísio tinha, numa de suas mãos, um cacho de uvas e uma taça.
Por ora, sentava-se num tonel de vinho e ali mesmo sob o sol nascente, o fazia transbordar nadando sobre todo aquele líquido ralo, rio tinto.
Cambaleante e embriagado, Dionísio nem se importava com as queixas recorrentes de Ariadne.
Excelente representante ao trono de marido.
Para aturar uma pegajosa e rastejante Ariadne, só com muito vinho, não?
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